sexta-feira, 8 de maio de 2009

Cimi lança relatório Violência contra os Povos Indígenas – 2008

No dia 6 de maio, às 20h, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgao relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil –2008, com dadossobre as violências praticadas contra os indígenas e sobre as violações dos direitos indígenas. O lançamento ocorrerá durante o 6° Acampamento Terra Livre na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Apresentamos a seguir alguns dos pontos centrais do relatório.100% dos suicídios e 70% dos assassinatos de indígenas registrados em 2008 ocorreram no MS. Em 2008, o Cimi registrou 60 assassinatos de indígenas em todo o Brasil. Em comparação com 2007, houve uma diminuição de 32 casos.
Como nos anos anteriores, o maior foco de violência contra os povos indígenas encontra-se entre os Guarani Kaiowá, no Mato Grosso do Sul. Em 2008, foram registrados 42 assassinatos de pessoas desse povo; 11 a menos do que em 2007. Por outro lado, contabilizou- se 34 suicídios; 6 a mais do queno ano anterior. Isso significa que a soma das mortes violentas (76)permanece elevada.
A maioria dos assassinatos foram cometidos pelos próprios Guarani Kaiowá, em contextos de brigas, muitas delas entre familiares. Somado ao crescimento do número de suicídios, percebe-se um quadro de auto destruição entre esse povo,provocado pela precária e violenta realidade que enfrenta.
Os Guarani Kaiowá são vítimas de racismo, desnutrição, atropelamentos, faltade assistência à saúde, trabalho escravo entre outras violências. Estasituação resulta de omissões do Estado e de ações governamentais e departiculares, no contexto de acirramento da disputa pela terra no Mato Grosso do Sul.
Segundo análise da antropóloga Lúcia Rangel, organizadora do relatório,permanece inalterado o quadro que provoca a violência contra os GuaraniKaiowá: “Nos últimos anos, o confinamento [dos indígenas em exíguas parcelasde terra] tem se intensificado, por causa do avanço dos latifúndios agrícolas, sobretudo as plantações de soja e da cana-de-açúcar (...) Há uma resistência muito grande, em todas as camadas da sociedade não-indígena,contra qualquer processo de regularização das terras Guarani Kaiowá. Essa resistência tende a crescer e se soma a um forte preconceito e racismocontra os indígenas.”Em 2008, a Fundação Nacional do Índio (Funai) constituiu Grupos Técnicos(GTs) para realizar estudos para identificação das terras do povo Guarani-Kaiowá .
No entanto, o setor agrícola e políticos do Mato Grosso doSul, incluindo o governador do estado, pressionam o governo federal a não executar os estudos, atrasando o procedimento de demarcação.

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